“Temos países que já votam aos 16, já temos a Grécia, que vota aos 17, a maioria vota aos 18. Por que não pensar em todos de forma igual e, durante os 16 aos 21, podermos fazer uma formação cívica”, exemplificou Manuel Carreira, após uma visita à 'Versátil', Feira do Livro de Leiria, cidade onde reside.

Manuel Carreira adiantou que essa formação “não tem de ser com imposições", mas como uma forma de "aprendizagem”.

“Temos de falar de um crescimento, de um amadurecimento. Portanto, todos os jovens entre os 16 e os 21 anos teriam de ser esses mentores. Portanto, votariam se as causas que veem lhes fizessem sentido”, sublinhou.

Investir na educação é, para si, uma das prioridades, área que promete reforçar “fortemente” se for eleito.

A criação de Erasmus para os jovens, de forma a participarem em mesas de voto noutros países nas eleições da Europa foi outro desafio deixado pelo candidato do Partido da Terra.

“Por que não sermos os mentores nas eleições e fazer Erasmus nas eleições europeias com os jovens. E temos um excelente exemplo, que foi a Jornada Mundial da Juventude", disse o candidato, ao sublinhar que não haverá “nenhum jovem que não gostasse de fazer isso”.

“Quando forem os jovens a liderar as mesas de voto e a fazer semanas de literacia política, quando fizerem verdadeiros Erasmus nas europeias, temos uma riqueza enorme que podemos explorar”, salientou Manuel Carreira.

Segundo o cabeça de lista do Partido da Terra, “ é quase como a agricultura: temos a Terra ali abandonada e andamos a lamentar da fome pelos nossos jovens”.

Escolhendo como temáticas do dia de hoje a educação e a cultura, o candidato, psicólogo de profissão, entende que é preciso “investir na juventude”.

“Os jovens não precisam de interromper cursos, nem o seu trabalho. Precisam é de criar um sentimento de coletividade e não apenas de individualismo. Temos de dizer: ‘vocês têm razão, nós erramos, temos de ir e estamos abertos’”, afirmou, ao referir que é preciso “devolver” o investimento que a Europa faz nos jovens.

Na Feira do Livro, o candidato destacou a importância da leitura, que quando desaparece, “empobrece” e explicou estar a referir-se à pobreza “que está dentro da personalidade”, pois é “essa que cria as outras pobrezas”.

Apesar da ação de campanha ter sido hoje na cidade onde reside, Manuel Carreira assumiu ser um cidadão do mundo, já que viveu vários anos em Espanha, França e Itália.

“A nossa Terra é o mundo”, disse, ao admitir que gostava que a Europa fosse sua, pois dar-lhe-ia “a volta”.

O cabeça de lista lamentou ainda a “falta de cultura” a que se assistiu ao debate televisivo entre os candidatos sem assento parlamentar. “Não tem a ver com aquilo que são as nossas posturas, as nossas posições. Vimos falta de conhecimento, falta de cultura, rigidez de pensamento e ninguém ouve ninguém. Cultura é ouvirmo-nos todos”, constatou.