“Vamos fazer uma vigília entre as oito da noite e as oito da manhã de sábado para exigir que seja declarado o Estado de Emergência Climática”, contou à Lusa Sofia Oliveira, uma das organizadoras do movimento “Greve Climática Estudantil” em Portugal.

O evento de hoje é aberto a todos os que estão preocupados com o futuro do planeta. Aos ativistas é recomendado apenas que levem uma tenda, um saco de cama, alguma comida e jogos para passar o tempo.

Sofia Oliveira explicou que esta não é a primeira “vigília pelo clima”: Na semana passada, na sexta-feira, um grupo de cerca de meia centena de jovens passou a noite em frente ao parlamento.

“Não iremos desistir até se tomarem as medidas que precisam de ser tomadas para preservar o nosso planeta para as gerações futuras”, sublinhou a aluna da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa.

A estudante está na organização da “Greve Climática Estudantil” desde o início. Esta luta pelo ambiente começou em janeiro e Sofia Oliveira estava lá.

Inspirados pela jovem ativista Greta Thunberg, que todas as sextas-feiras falta às aulas para protestar em frente ao Parlamento Sueco, um grupo de jovens começou a preparar a primeira greve de estudantes em Portugal, que se realizou a 15 de março.

Naquele dia, milhares de alunos de todas as idades – desde o ensino básico ao superior - faltaram às aulas e protestaram nas ruas de 27 cidades portuguesas.

Um protesto que se repetiu um pouco por todo o mundo: cerca de 1,6 milhões de estudantes de 125 países marcharam para exigir medidas urgentes contra a crise climática. Mais de duas mil cidades foram palco de um protesto feito por jovens.

A próxima greve às aulas está marcada para 24 de maio e ninguém da organização portuguesa quer arriscar números.

Sofia Oliveira disse apenas que “a mobilização tem corrido bem”, tendo em conta as ações de sensibilização feitas nas escolas de todo o país.

“Apesar de estarmos em época de provas e exames, o ambiente é a principal preocupação dos jovens”, diz, explicando que neste momento já estão anunciados eventos em mais de 20 cidades.

Até à próxima semana, a adesão poderá disparar, tal como aconteceu no protesto de maio: “Pensávamos que iríamos ter entre 500 a mil pessoas e depois foram mais de 20 mil”, recordou.

Também o Sindicato de Estudantes (SE) tem feito ações de sensibilização junto de escolas secundárias e instituições de ensino superior para que os jovens adiram ao protesto, contou à Lusa João Reberti, da direção do SE.

"Não sabemos o que irá acontecer, mas poderá haver novamente um efeito de contágio em que falamos com dez pessoas e depois cada uma delas mobiliza outras cem pessoas", disse, lembrando que hoje à noite a luta faz-se em frente ao parlamento.