António Costa foi o terceiro a subir ao palanque para discursar, depois de Marta Temido e Duarte Cordeiro. O primeiro-ministro ouviu e aplaudiu os dois e depois teve também direito a um vídeo longo de homenagem antes de falar para a audiência.

"Quero começar por saudar o novo secretário-geral e desejar-lhe do fundo do coração as maiores felicidades, tanto políticas, como pessoas. Força, vamos em frente, vamos ganhar as próximas eleições. O nosso partido demonstra muita vitalidade, o Pedro Nuno é o primeiro secretário-geral que nasceu depois da fundação do partido e vai ser o primeiro primeiro-ministro que nasceu depois da revolução do 25 abril. Isto é um sinal de vitalidade. Pedro Nuno Santos vai dar continuidade a estes 50 anos de história. Uma nova geração significa um novo olhar sobre tudo e vai seguramente prosseguir o que devemos prosseguir e mudar o que devemos mudar", disse, salientando que o PS “é o partido da concórdia” e que “nunca faltou nos momentos mais difíceis”.

António Costa aproveitou também para destacar que durante a sua governação Portugal destacou-se em questões ambientais, sendo neste momento "o país mais bem preparado na UE para atingir a neutralidade carbónica”, destacando assim as medidas como "o passe social para todas as famílias, as redes de metro de Lisboa e Porto. É na ferrovia que podemos reduzir as emissões e combater as alterações climáticas".

António Costa explicou também que hoje temos "mais democracia, porque avançamos na descentralização, como nunca se tinha avançado, através de acordo com os municípios, garantindo assim melhores serviços públicos. Avançamos na regionalização, mas não tivemos parceiro. Levamos até onde os podemos fazer, integrando as diferentes políticas regiões. Há mais liberdade, mais democracia no final destes oito anos", atirou Costa.

"Hoje temos uma dívida menor daquela que tínhamos. Nós conseguimos eliminar os cortes, aumentar salários, descongelar carreiras, aumentar o investimento público e ao mesmo tempo diminuímos o défice e a dívida".

Costa continuou, insistindo no seu discurso que houve sempre "aumento de salários", finalizando esta parte com "nós conseguimos aumentámos salários e o Diabo não veio, não veio e não veio", recordando assim as palavras de Pedro Passos Coelho que teve esta expressão após as eleições de 2015, quando o PS assumiu o poder.

"O Diabo não veio, porque o Diabo é a direita", arrematou António Costa.

O primeiro-ministro cessante também fez referência a um país com maior igualdade, exemplificando com o final da proibição dos casais do mesmo género poderem adotar crianças. Agora, esses casais podem ter filhos. Podem ser livres no amor e na família que querem constituir".

"A marca de António Costa ficará para sempre, os ganhos fundamentais perante as duras circunstâncias foram notórios", salientou Marta Temido, que falou também sobre o secretário-geral Pedro Nuno Santos, apelando à "união" para as eleições legislativas.

Em relação à Educação, Costa referenciou a taxa de abandono escolar precoce, afirmando que este diminui. Sendo que "quando chegámos era de 13,7% [taxa de abandono escolar], a meta era dos 10%, nós estamos agora em 6,7%.".

No final, António Costa agradeceu a "confiança que me deram há nove anos para liderar o PS. É uma honra ter sido secretário-geral do PS. Dar continuidade a uma história que Mário Soares iniciou e que depois deu a Vitor Constâncio, Jorge Sampaio, António Gueterres, Ferro Rodrigues, José Sócrates, António José Seguro. Foi uma enorme honra ter liderado o PS. Estou certo de que o apoio que me deram é o apoio que vão dar ao Pedro Nuno Santos."

"Foram anos do PS, não de António Costa. Quero agradecer a todos e em particular ao nosso presidente, o Carlos César. Ao Eduardo Ferro Rodrigues e ao Augusto Santos Silva que honraram ao liderarem a Assembleia da República", agradeceu Costa, que também agradeceu em particular a "um grande amigo no partido, o Luís Patrão". Após este agradecimento, todo o Congresso aplaudiu de pé.

"Podem me ter derrubado, mas não me derrotaram. Podem ter derrubado o nosso governo, mas não derrubaram o Partido Socialista. O PS está vivo, rejuvenescido e com o Pedro Nuno Santos estamos prontos para a luta e para vencer, sempre, sempre, sempre para servir Portugal. Com Pedro Nuno Santos viva o Partido Socialista, viva o PS, viva Portugal", terminando assim a liderança do partido.

Antes de Costa, a antiga ministra da saúde, Marta Temido, foi a primeira a subir ao palco para discursar neste congresso do PS, destacando o trabalho do primeiro-ministro à frente dos destinos do país.

Após o discurso de Marta Temido, foi a vez de falar o ministro Duarte Cordeiro, que começou logo por salientar que este congresso “é palco para lançar o futuro”.

Apesar de falar do futuro, o passado e o presente também foi abordado pelo ministro, nomeadamente o trabalho de António Costa, tendo destacado “o diálogo à esquerda”, que serviu para garantir estabilidade e ainda “aumento dos rendimentos”.

Duarte Cordeiro aproveitou também por enviar recados para a direita. “Podem tentar provocar-nos, mas não nos derrotarão. Quanto mais a luta aquece, mais força tem o PS”, disse.

Quanto a palavras para Pedro Nuno Santos, o candidato pelo PS às próximas legislativas diz que este “é o mais bem preparado para prosseguir o caminho”.