"Acha que seria inteligente, no momento em que estou a fazer uma negociação e a apresentar argumentos para que seja a União Europeia a compensar esse montante, eu antecipadamente dizer que tinha uma solução nacional para ele?", questionou Capoulas Santos, falando aos jornalistas em Ponta Delgada, nos Açores.

O governante falava no Palácio do Governo, depois de se ter reunido com o presidente do executivo da região, Vasco Cordeiro, e comentava declarações da deputada do PSD Berta Cabral e do deputado do PSD/Açores António Almeida, que defenderam nos últimos dias que o Governo da República deve assumir o reforço da PAC e do POSEI se das negociações com a Comissão Europeia não resultar a manutenção ou aumento das verbas para o quadro 2021-2027.

"Temos um objetivo. Manter o POSEI. E manter o POSEI com dinheiros comunitários. (...) Seria completamente estúpido dizer que tinha uma solução nacional que tornava desnecessária a reivindicação que estava a fazer", disse ainda Capoulas Santos.

Também o presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, definiu como "lamentável" a postura do PSD, criticando o partido por não se juntar ao executivo, agricultores, associações agrícolas e demais sociedade civil no reclamar de um quadro financeiro comunitário favorável à região e a todo o país.

"Aquilo que tem sido feito nesta matéria é fruto de uma união em que agricultores, associações representativas, Federação Agrícola, Governo dos Açores e Governo da República, têm conseguido para fazer ver a importância deste processo", declarou Vasco Cordeiro.

Segundo uma proposta apresentada em 01 de junho em Bruxelas, Portugal vai receber menos dinheiro no âmbito da PAC (Política Agrícola Comum) no próximo quadro financeiro plurianual, estando prevista uma ligeira subida nos pagamentos diretos aos agricultores.

A Comissão Europeia propôs uma verba de cerca de 7,6 mil milhões de euros no quadro 2021-2027, a preços correntes, abaixo dos 8,1 mil milhões do orçamento anterior, com uma ligeira subida nos pagamentos diretos e cortes no desenvolvimento rural.

No que refere ao POSEI (Programa de Opções Específicas para o Afastamento e a Insularidade nas Regiões Ultraperiféricas), que engloba os Açores e a Madeira, procura-se agora da parte de Portugal garantir que não haverá uma redução nas suas verbas, sendo que a proposta atualmente em cima da mesa engloba um corte de 3,9% nos programas de apoio às regiões ultraperiféricas.

[Notícia atualizada às 17:40]