Um turista britânico, Roland Cherry, que estava de férias com a sua esposa, Shirley, no sul de África, sobreviveu, por pouco, após ser arrastado para o fundo do rio Kafue, na Zâmbia, por um hipopótamo.

Segundo o The Guardian, o casal, que vive em Warwickshire, no Reino Unido, estava de férias no sul de África. Enquanto faziam um safari guiado ao longo do rio, um hipopótamo atacou a canoa onde os dois seguiam, levantando-a da água.

A mulher, que estava na parte da frente da canoa, nadou até à margem, mas Roland deslocou o ombro assim que a canoa se virou, não conseguindo nadar.

“As instruções eram para nadar para um lugar seguro, mas eu nem sei nadar, então era realmente um alvo fácil a tentar nadar com um braço, o que nunca iria acabar bem e então ele agarrou-me”, adiantou Cherry.

O hipopótamo mordeu-lhe o corpo todo, causando-lhe ferimentos graves no abdómen e numa coxa. Ele “agarrou-me com as suas mandíbulas e levou-me para o fundo do rio”, acrescentou.

Depois, o animal soltou-o e o colete salva-vidas que vestia trouxe-o à tona da água.

No entanto, “fui agarrado novamente e mandado ao ar como uma boneca de pano, mas em direção à margem, o que foi uma dádiva de Deus”, salientou o turista.

Ali, conseguiu "arrastar-se" para pedir ajuda e um barco a motor transportou-o para longe do rio.

O homem, de 63 anos, foi levado para o Hospital de Mtendere, na vila vizinha de Chirundu, para ser assistido.

“Assim que chegámos, aquele pequeno hospital africano entrou em ação. Sem pensar duas vezes ou pedir os detalhes do meu seguro, eles avaliaram os danos causados ​​pelo hipopótamo e levaram-me para a sala de cirurgia para limpar os meus ferimentos”, contou Roland Cherry.

“Se eles não tivessem agido tão prontamente, havia uma grande probabilidade de ter tido uma septicemia, o que poderia ter sido fatal", acrescentou.

Mais tarde, Cherry foi transportado para o Hospital Milpark, em Joanesburgo, onde passou por seis operações.

De acordo com os médicos, ainda ninguém tinha sobrevivido a um ataque de hipopótamo, uma vez que a maioria na região é fatal.

“Eu lembro-me de pensar: 'Oh não, que bela forma de morrer. Não estou pronto para morrer' e pensei que ia acontecer porque ninguém sobrevive a ataques de hipopótamos”, disse Cherry.

“Eu lembro-me de olhar para as minhas pernas e pensar: 'Isto não é bom'. Havia pedaços de carne a sair dos meus calções rasgados e sangue do meu abdómen", descreveu.

Roland quer agora angariar 20 mil libras (cerca de 24 mil euros) para ajudar a comprar equipamentos para o Hospital de Mtendere como forma de agradecimento.

“Enquanto me recuperava na cama de hospital, tive tempo para pensar e refletir. O que mais me marcou nesta experiência de quase morte foi a gentileza de estranhos”, afirmou, acrescentando que queria “oferecer algo em troca ao hospital que, quase certamente, salvou a minha vida”.

Apesar do sucedido, o homem confessa que compreende a atitude do animal. "Estávamos no seu território", explicou.