O Partido da Liberdade (FPÖ) já integrou o governo, mas nunca liderou uma votação nacional. E mesmo se for o partido mais votado, não está claro se conseguirá formar um executivo.

Desde 2021, quando Herbert Kickl assumiu a liderança do partido, marcado pela corrupção, a sua popularidade cresceu graças à irritação dos eleitores com temas como imigração, inflação, e as restrições pela covid, como aconteceu com outros partidos de extrema direita na Europa.

Kickl, 55 anos, fez campanha com slogans como "Ouse tentar algo novo". Nas sondagens o partido tem 27% das intenções de voto.

O atual partido governante, o conservador ÖVP (Partido Popular da Áustria), do chanceler Karl Nehammer, 51 anos, tem 25% de apoio nas sondagens.

Nehammer fez campanha com a promessa de "estabilidade, ao invés de caos".

Os locais de votação permanecerão abertos até 17h00 e pouco depois devem ser divulgadas as primeiras projeções, baseadas nos votos enviados pelo correio nas urnas que fecham mais cedo.

Mais de 6,3 milhões de pessoas estão registadas para votar, entre nos nove 9 milhões de habitantes do país.

O FPÖ integrou o Executivo pela primeira vez em 2000, o que gerou protestos no país e sanções da União Europeia.

Porém, desde então, os partidos de extrema direita ganharam popularidade na Europa.

"Desta vez será diferente (...) desta vez nós vamos vencer a eleição", declarou Kickl na sexta-feira em Viena.

No discurso, criticou as sanções da UE contra a Rússia, atacou o atual governo e insistiu no conceito de "remigração", que defende a expulsão de pessoas de origem étnica não europeia que não se tenham integrado plenamente no país.

Possíveis alianças

A popularidade dos conservadores registou forte queda desde 2019, quanto tinham o apoio de 37% da população.

Os seus aliados na coaligação, os Verdes, têm agora apenas 8% de apoio nas sondagens, quase metade dos votos recebidos em 2019.

Os analistas, no entanto, acreditam que mesmo em caso de vitória do FPÖ, o partido não terá cadeiras suficientes no Parlamento e não encontrará aliados para formar um governo.

O conservador Nehammer reiterou sua recusa a trabalhar com Kickl, que se autodenomina o futuro "Volkskanzler", o chanceler do povo, um termo usado com Adolf Hitler na década de 1930.

Ao votar neste domingo, Nehammer voltou a pedir uma "política de estabilidade" e o bloqueio das "vozes radicais". "Há muito em jogo", insistiu, em referência às eleições decisivas para o futuro da Europa e à guerra na Ucrânia.

Para impedir um governo de Kickl pode ser necessário formar uma coaligação sem precedentes de três partidos, com o ÖVP à frente, ao lado dos social-democratas e de um terceiro partido, que poderia ser o liberal NEOS.

Mas se o ÖVP conquistar a maioria das cadeiras ou acabar numa situação semelhante à do FPÖ, os analistas antecipam uma possível coaligação na qual a extrema direita seria o aliado minoritário.